Celebrado todos os anos no dia 16 de outubro, é a primeira vez na história em que o evento acontecerá no Nordeste

Representantes do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), do Centro de Excelência contra a Fome do Programa Mundial de Alimentos (WFP) e do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) estarão na Bahia, entre os dias 14 e 16 de outubro, para a celebração do Dia Mundial da Alimentação, uma das datas de maior destaque de todo o calendário das Nações Unidas. 

Com o tema “Água é vida. Água é alimento", neste ano a campanha tem como parceiro o Governo do Estado da Bahia, por meio do Programa Bahia Sem Fome (BSF). O principal objetivo é conscientizar governos, setor privado, sociedade civil e a população sobre a importância de não considerarmos a água como um bem garantido, mas sim começarmos a melhorar a maneira como a utilizamos em nossas vidas diárias. 

A água é uma força motriz para as pessoas, economias e natureza, e constitui a base da nossa alimentação. Segundo dados da FAO, atualmente, 2,4 bilhões de pessoas vivem em países sujeitos a estresse hídrico, e 2/3 território baiano se encontram na chamada Depressão Sertaneja, região que sofre com a escassez de água.

Atividades programadas

Nos dias 14 e 15 de outubro, serão realizadas atividades gratuitas para a população. Durante a manhã do sábado, dia 14, no Parque da Cidade, famílias com crianças podem participar de atividades recreativas e de palestras sobre a importância da preservação do meio ambiente e da nutrição. Já no dia 15, no Parque de Pituaçu, será realizada uma trilha e uma oficina de alimentação saudável. Informações e inscrições aqui.

No dia 16 de outubro, às 17h, será realizado um evento para convidados no Museu de Arte Moderna (MAM), com a participação de autoridades políticas, de representantes internacionais, da sociedade civil e de atores-chave para a alimentação no país. A data, já celebrada em Brasília, em São Paulo e no Rio de Janeiro, será comemorada pela primeira vez em Salvador. É também a primeira vez na história que o evento acontece em uma cidade do Nordeste.

Tradicional nas celebrações do Dia Mundial da Alimentação, a iluminação na cor azul também acontecerá em Salvador, no Museu de Arte Moderna e no Elevador Lacerda, construções históricas e que marcam a identidade da Bahia.

FIDA na Bahia

Atualmente o FIDA apoia os seis projetos pelo FIDA no Estado da Bahia: Projeto Pró-Semiárido (PSA), Parceiros da Mata, Dom Helder Camara, CompensAÇÃO, Raízes Agroecológicas e Sertão Vivo. O portifólio de iniciativas aporta recursos e soluções para o enfrentamento à desigualdade e à fome no campo, promovendo estratégicas de resiliência climática e ambiental. Muitas das atividades desenvolvidas contribuem para o acesso à água, tanto para uso doméstico, quanto para produção. Com baixo custo e eficácia comprovada, tecnologias sociais chegam às famílias rurais por meio de cisternas, barragens subterrâneas, reuso, dessalinização, entre outras.

O projeto Parceiros da Mata, em fase de desenho, tem como objetivo garantir melhores condições econômicas e ambientais de famílias rurais. A iniciativa será realizada em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e contará com um investimento total de USD 150 milhões, fortalecendo sistemas familiares mais produtivos e resilientes frente às mudanças climática e beneficiando 77 municípios.

Já o Projeto Pró-Semiárido promove Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) contínua e especializada; fomento às atividades de segurança hídrica e de produção sustentável; agroindustrialização e comercialização da produção e acesso às políticas públicas para o meio rural e a Agricultura Familiar, em 32 municípios da região semiárida baiana. Conta com investimento de USD 105.8 milhões, envolvendo comunidades quilombolas, comunidades de fundo e fecho de pasto, assentamentos rurais, comunidades de agricultores familiares e comunidades indígenas. 
Em fase de desenho, o Projeto CompensAÇÃO tem como objetivo reduzir a pobreza rural por meio do aumento da produtividade dos ecossistemas recuperados e do pagamento pela prestação de serviços ambientais e ecossistêmicos, em 77 municípios da Região Cacaueira do Sul da Bahia, dentro do bioma Mata Atlântica. O projeto é financiado pelo governo alemão através do Programa de Adaptação Melhorada para a Agricultura de Pequenos Agricultores (ASAP+). A Organização de Conservação da Terra (OCT), uma entidade não governamental baiana, foi selecionada como agência implementadora do projeto.

O Projeto Raízes Agroecológicas, que terá atuação no semiárido baiano, visa disseminar as boas práticas e experiências agroecológicas do estado, principalmente o trabalho com a sementes crioulas e as guardiãs das sementes numa escala de cooperação sul-sul incluindo Bolívia e Argentina. 

O Projeto Sertão Vivo (ou PCRP), em colaboração com o BNDES e o Fundo Verde do Clima (GCF), nova iniciativa regional para o nordeste do FIDA, finalmente está na iminência de seu início e atuará na caatinga do semiárido do Nordeste para aumentar a resiliência climática dos agricultores familiar com sistemas agroflorestais. 

Já o Projeto Dom Helder Câmara (PDHC) é o projeto do FIDA com o Governo Federal por meio do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) e que tem atuação em todo o semiárido, inclusive na Bahia. Agora está na elaboração de sua fase III. 

Outros investimentos

Nos próximos anos, os aportes do FIDA no Brasil irão chegar a US$ 900 milhões para beneficiar mais de 600 mil famílias rurais, executando ações conjuntas com os governos estaduais e federal, em apoio ao desenvolvimento rural sustentável e inclusivo. A expectativa é mais do que dobrar o número de famílias rurais beneficiadas no passado recente. 

Na última década, o FIDA e o governo brasileiro, junto a uma ampla rede de parceiros, investiram US$ 453 milhões em 6 projetos na região Nordeste, alcançando 941 mil pessoas. O novo portfólio de projetos, atualmente em preparação, prevê 8 novos projetos, que devem alcançar 2,1 milhões de pessoas. Quando somados aos recursos de contrapartida de governos e co-financiadores, os investimentos devem ultrapassar US$ 900 milhões, aproximadamente R$ 4.4 bilhões.

Para Claus Reiner, diretor do FIDA no Brasil, o Fundo se apresenta como um parceiro estratégico dos Governos Federal e Estaduais, trazendo recursos e soluções apropriadas para apoiar uma das principais prioridades – o enfrentamento à pobreza e à fome.